domingo, 17 de maio de 2015

Monte Simplon, 550, 7; BH, 0160502012; Publicado BH, 0170502015.

Agora o leite derramou-se e o que era
Doce acabou-se e não adianta chorar
O leite derramado e o doce acabado,
Que por final deixam um gosto amargo
Na boca; beijos houveram, quentes ou
Frios, não sabemos; carícias aconteceram,
Se foram ousadas, ou não, também não
Sabemos; e o amor? com certeza foi
Ausente, o sexo houve, filhos estão aí
Por provas, porém, e o amor? se o amor
Estivesse presente, o leite não teria
Derramado, o doce não teria acabado
E nem deixado na boca o gosto amargo;
Assim, na madureza da vida, surge,
Enfim, um amor maduro; pode ser
Presente, beijos podem acontecer,
Carícias obviamente, e sexo; filhos não
Mais e talvez com a experiência, com o
Aprendizado, o amor possa também
Ser notado; doerá em quem deixou o
Leite derramar, e o doce acabar;
Doerá mais, em quem sentiu mais o
Amargo do ranço que fica na boca,
Depois do leite e do doce; e os filhos
Do antigo amor se queixarão por
Insegurança de perder a segurança
E lutarão pelo espólio, quererão
Dominar o terreno, mas, que não
Sustenta mais o alicerce, que hoje
Sustenta um amor maduro.

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