domingo, 24 de maio de 2015

Tereza Mota Valadares, 190, 13; BH, 0270602012; Publicado: BH, 0240502015.

Não, não curei-me, não, não sarei e não
Restabeleci-me; é uma doença crônica,
Incurável: é uma doença ruim, não há
Nada que a faz melhorar; não, não
Voltei a mim, não, não sou lúcido; e
Continuo embriagado, bêbedo, ébrio
E a embriagar-me; é o efeito colateral
Das doenças, não há remédio para as
Curas; penso que são hereditárias,
Trago-as dos testículos do meu pai e
Do útero de minha mãe, só pode ser;
Devem vir dos meus antepassados e
Se não curar-me, morrerei com elas e
Sem saber as causas e as origens;
Passo mal, fazem-me mal e por nada
Neste mundo sinto-me livre das
Doenças; passo noites e noites,
Madrugadas e madrugadas acordado,
A tentar descobrir um antídoto, uma
Fórmula, uma vacina, algo que possa
Combater e vencer estas doenças que
Enraizaram-se no meu ser; e quanto
Tempo perco a procurar e chego a
Pensar que não procuro no lugar
Certo, na hora certa, pois nunca
Encontrei o diagnóstico com um
Resultado que ponha fim a estas
Doenças malditas que se aninharam
Dentro de mim.

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