Rascunho, esboço, maquete, croquis, de tudo
Fiz, para fazer de mim um modelo, uma
Réplica, um protótipo perfeito, uma forma
Ideal, porém, poeta confidente, não faz
História; os anais só aceitam os inconfidentes;
Conflituosos, revolucionários, contestadores,
Passionais, patéticos, peripatéticos, patetas,
Sentimentais não deixam registros nas eras;
São esquecidos e tratados com indiferença,
Desdém e desleixo; os tempos não os esperam
E as épocas passam incólumes por eles e as
Idades não os incomodam e só um aborto me
Salva; nem um parto normal, nem uma
Cesariana e a minha salvação é um aborto
Deste meio do qual sou produto e adaptado;
E não posso tecer um parecer, um
Comentário, uma opinião; persigo a
Percepção que, não se enveredou em mim
E esquiva-se como a perfeição nas trevas
Em que me encontro; e como posso ter
Um clone, ser um modelo, ter uma cópia,
Do que não é uma planta? um traçado
Dum tratado? e não é um ensaio? uma
Enquete de projeto que deu certo? é
Arremeter ao vácuo este voo perdido e
Desintegrar o quanto antes esta nave ignorante.
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