quarta-feira, 15 de julho de 2015

Patagônia, 1155, 5; BH, 02201202011; Publicado: BH, 0150702015.

De múltiplo uso de múltiplos poetas e escritores,
Múltiplos espíritos perambulam-me: uns são
Nobres, elevados, altíssimos; outros são vis,
Vagabundos, rasteiros e apenas a passagem, o
Canal, os recebo, passivo, submisso, servil;
Ditam-me as normas, as regras, as leis,
Passam-me os mandamentos, os testamentos,
As parábolas; impõem-me castigos, torturas
E marcam-me, querem-me luxo e fazem-me
De lixo; navegam-me em embarcações, em
Transatlânticos navios, naus, caravelas; e
Cruzam-me em naves espaciais, planetas,
Estações orbitais; vivem-me, querem ser
Eternos, ter posteridades e usam-me como
Cobaia, parasita, pária, cavalo, carroça,
Carruagem, Suez, Panamá, estreito de
Gilbratar e dobram-me como o cabo das
Tormentas, nunca Boa Esperança, ou
Lançam-me nas Termófilas; uns são sabidos
Sabinos, Sabinadas, Sandinos, satélites, lavas;
Outros são trovões, relâmpagos, Saramagos,
Magos de Pessoas, Eças de peças, ecos de
Homeros, Ulisses de Joyces, confusões de
Rosas, Borges, mulheres de Elizabeths,
Desafinados, Tons de Jobim, Vinícius de
Buarques, Gils de Joões; e outros antigos
Medievais, clássicos coloquiais e não sei o que
Mais; brasileiros, estrangeiros, estranhos,
Extravagantes, extraterrestres, transviados,
Pagãos, ateus, agnósticos, sádicos, masoquistas,
Ativos, passivos, lésbicas, homossexuais,
Anormais e inclusive normais; e têm os anões
Em guerras com os gigantes e os titãs e os falsos 
Santos a imporem suas santidades aos profanos.

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