domingo, 12 de julho de 2015

Patagônia, 1155, 8 a; BH, 02601202011; Publicado: BH, 0120702015.

Os céus anunciam as minhas obras e o firmamento
Guia a minha mão na inspiração de lavrar nas
Tábuas de rochas, as parábolas que prestam à
Poesia, os caminhos que a levarão ao infinito; e
Então, quando quero cantar, apelo à natureza,
À fauna, à flora, aos mandamentos ditados na
Fonte dos mistérios, dos desejos e sacra;
Volto ao berçário dos astros errantes e identifico-os
Um por um, nome por nome, como cada raio, que,
Parte-me em mil iluminações das imaginações que
Almejo eternizar; as palavras são poucas, só algumas,
Já os deuses são muitos, são bilhões e cada um
Que habita o planeta, tem um dentro de si,
Também com seus bilhões de religiões; todo dia santo,
Ou todo santo dia, desvirtuo-me dos meus caminhos,
Para voltar às minhas origens; canto para o eco
E a minha voz se machuca nas pedras das pradarias
E se perde nas fendas dos paredões, ao escorregar
Nas escarpas sedimentadas há milênios; e no
Fragor do alcantil das serras, sinto a dor pelas
Crateras abertas, nos dorsos dessas encostas de corcundas
De corcovas espetaculares, que, guardam os tesouros
De gerações e gerações de múmias e faraós,
Sacerdotes maias, astecas, incas e entes purificados,
Que morreram de inanição, por não aceitarem se
Contaminar por nenhum tipo de comida e se
Sacrificaram pela pureza e os seres que se
Recusaram a beber água , mesmo no meio
Dela, morrem de sede e não a bebem; e também,
Em flagelo pela elevação, outros abrem as
Veias, deixam a escorrer todo o sangue e
Outros impedem o ar de entrar nos pulmões; porém,
Recusam-se a parar de pensar, refletir, meditar,
Concentrar; recusam o ar, mas não recusam a
Razão, o raciocínio, a lógica; recusam o amor, o sexo,
Mas, não a dor do parto; e querem parir e parem
Sem serem fecundados; estão mumificados, petrificados,
Fossilizados; dormem em tumbas, sarcófagos, pirâmides,
Compactados entre rochedos; ressonam em cavernas,
Grutas e outros subsolos dos subterrâneos,
Torres de templos, basílicas, mosteiros; os céus
Proclamam as obras das minhas mãos consagradas
E o firmamento aos trovões e aos raios mais
Um filho dessa dinastia de grandeza universal.

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