terça-feira, 11 de agosto de 2015

MIKIO, 159; BH, 0170502013; Publicado: BH, 0110802015.

Levantei-me do chão, como um tronco
Frondoso, varão, levantei-me do chão,
Enraizado, árvore de pau nobre, esnobei
Pinho-de-riga, cedro-do-líbano, jacarandá e
Peroba; meu chão nutria-me de seiva real,
Fértil, senti-me revigorado; plantado no
Meu torrão, a fazer sombra no meu quintal,
A embelezar meu terreiro, atraía os mais
Diversos pássaros aos meus galhos
Ramados, à minha folhagem rejuvenescida;
Não quero outra terra e se optar ser
Embarcação, de quilha empinada, de
Proa endereçada e de popa reforçada;
Os oceanos serão pequenos para mim,
Navegador, descobridor de continentes;
Trarei nas velas Atlântidas e nos porões,
Especiarias e nos sótões, ideias infantes
Por liberdade; navegarei nos mares de
Camões, dos marinheiros bravios que,
Em cada porto deixa um pedaço do
Coração, a consolar um coração; e
Depois de conquistar o mundo,
Conquistar as luas, os sóis, partirei a
Dominar os universos; e em todos os
Cantos, meus frutos serão cantos, nas
Bocas de todas as gentes; e abrigarei
Nômades, ciganos, viajantes de desertos,
Seres errantes, ao redor deste tronco, de
Onde os séculos nos observarão em contemplação.

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