domingo, 20 de setembro de 2015

MIKIO, 84; BH, 070302013; Publicado: BH, 0200902015.

Coração esfaqueado no peito traspassado
Por estaca de madeira corpo baleado por
Bala de prata espectro dissecado alma
Autopsiada todo surrealismo do sobrenatural
Decomposto numa tarde declinante de
Delírio extremo voz perdida no primeiro
Grito as tripas as primeiras a acusarem
O sentimento os intestinos a perderam
Os sentidos a pele foi costurada ao
Avesso a incisão suturada com fios de
Cabelos um boneco moldado que é
Um Frankenstein com veias abertas de
Sangue coagulado a trocar de rosto a
Trocar de perfil a fazer transplante de face
Não garante ao espantalho um rosto o
Fantasma fica sem ar aspecto semblante
Num círculo vicioso a pele da alma
Quer reencarnar outra pele o ente baixar
Noutro ente todas as entidades
Chamadas por tambores pedem manadas
De corpos para possuírem haja cavalos
Bípedes para tantas legiões é parar com
Os tantãs pandeiros atabaques todos
Para os seus limbos já que teimosia que
Cheira à rebeldia não há mais corpos
Que agregação à vida é essa? não há mais
Entranhas larga esse pedaço de osso aí
Cão sem dono vira-lata não se incorpora
Em ossada esqueleto larga essa caveira
Aí tuas bestas não se faz mais nada com
Esse amontoado de ossos envelhecidos

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