domingo, 31 de janeiro de 2016

Não quero ser nada não nasci para ser ao não ser; BH, 01º01102012; Publicado: BH, 0310102016.

Não quero ser nada não nasci para ser ao não ser
Nada faço questão de morrer para não ser
Nada que mania que todos têm de quererem ser
Todos? não quero ser nada já disse que não
Quero ser nada deixai-me ser nada sozinho
Quereis tudo quereis ser tudo mas há os que
Não querem ser nada há os que só encontram-se
No nada não fazem o bem nem fazem o mal
Não são os bons nem são os maus penso
Que nasci desses raros tipos de espírito quanto
Mais luz mais procuram as trevas quanto mais
Claridade mais esquivam-se para os breus das
Absurdidades se quiséreis as minhas negras
Letras as ofereço-vos se quiséreis as minhas
Malditas palavras acalentai-vos com as tais
Sejais tudo que tiverdes de ser tenhais tudo
Que tiverdes de ter não causais-me nenhuma
Inveja nem cobiça toda bola que chuto bate
Na trave toda bolada que levo é no saco
Toda porrada é na cara meus pés descalços
São pisados por tacões de botas minhas
Costas retalhadas a açoites vergões chicotes
Chibatas nunca aqui quis ser nada para
Não precisar contar uma história uma
Vantagem para fazer qualquer um de nada
Há sempre alguém para contar uma história
Há sempre alguém para contar uma vantagem
Para pisar em pés descalços com tacões
Para retalhar costas amarradas em pelourinhos
Com relhos cabrestos de aço para não ser
Nada o que é que faço?

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Quem és? que queres aqui? BH, 01º01102012; Publicado: BH, 0250102016.

Quem és? que queres aqui?
Não te conhecemos quem és? dão-me a
Alcunha de poeta uns, outros de
Bardo aedo dão-te essas alcunhas
O que nos dizes? nada
Tenho a dizer-vos nasci mudo de infância
Falo pelos olhos cílios pestanas orelhas
Mas não nos respondeste o que queres
Aqui? nem sei o que é isto aqui
Quanto mais o que quero aqui o que quero
Procuro desde que morri desde que virei esta
Coisa indecifrável que nem mesmo
Sei o que é em qualquer lugar em que
Paro para abastecer-me de provisões
Há sempre arguições levas drogas contigo
LSD maconha peyote cocaína? não
Nenhuma nada dessas não as drogas
Que levo comigo são as drogas das minhas
Letras as drogas das minhas palavras das
Minhas escritas com as quais tento
Viciar a mim a outrem acenderei a
Luz para que possamos enxergar-te melhor
Não sou fotofóbico contraio-me retraio-me
Na presença da luz só sinto-me em
Segurança no escuro onde estamos mas não
Temos assim tanta abominação pela luz
Como tens um pouco de luz até reanima o
Nosso semblante o meu a luz apaga ainda mais
A total penumbra protege-me as sombras
Escondem-me acomoda-te a um canto
Velaremos-te provaremos do sabor
Amargo das tuas drogas sentiremos o
Efeito colateral seguiremos junto contigo no
Amanhecer ao rumo do fundo da inexistência

Estava a pensar na vida a coçar o saco; BH, 01º01102012; Publicado: BH, 0250102016.

Estava a pensar na vida a coçar o saco
A tirar melecas do nariz ceras dos ouvidos
A peidar baixinho a esfregar a testa a
Careca oleosas a observar o desfile das
Bundas alheias quando para em minha
Frente doutro lado da rua luxuoso
Automóvel do tipo importado da América
Dele desce uma vistosa senhora em trajes
Elegantes a chamar-me a atenção pela
Beleza quando dou-me por mim percebo
Boquiaberto que vem justamente
Em minha direção com um terno olhar
A emoldurar um sorriso de criança
Boa-tarde senhor boa-tarde senhora
Preciso urgentemente dum figurino
Para fazer um papel de papai-noel o
Senhor se habilitaria? senhora se for
Para alguma fantasia sexual que a senhora
Queira realizar não terei a menor dúvida
Não meu senhor obrigada era para uma
Festa infantil para o Natal agradeço
Também à senhora nesse caso lamento
Não poder ajudar detesto Natal papai-noel
Ou qualquer trama urdida por mercadores
Judeus para se enriquecerem às custas
Do pobre inocente povo as crianças
O senhor não pensa nas crianças? também
Sou uma criança nunca o deixei de ser
A bufar afastou-se a puxar os rabos do
Meu olhar para o belo rabo que a seguia
Em direção ao suntuoso automóvel

Sabes aquela estrela extinta situada; BH, 03001002012; Publicado: BH, 0250102016.

Sabes aquela estrela extinta situada
Na parte mais obscura das trevas do universo
Que a luz parou há séculos de viajar
Para a Terra aquela estrela sou
Água só havia quando chorava há
Milênios parei de chorar rochoso de
Frio tão denso que as pedras que formam
Minhas rochas são semelhantes a blocos de
Gelos negros ar nem o rarefeito ou o
Mais poluído o mais contaminado
Dos ares a possibilidade aqui é que
A Teoria da Relatividade seria
Impossível a vida possível nem a mais
Impossível das vidas a força de
Gravidade as leis de atração repulsão
Ação reação ou quaisquer outras
Demais leis pela inexistência não
Formam nenhuma conjectura ciência
Das ciências nem a maior das paciências
Ou a melhor das tolerâncias órbita da
Arrogância elipse da ignorância rotação
Da estupidez translação da falta total de
Todos os princípios que passarinho corajoso
Aquele que acabei de ver voar no meio da
Tempestade a ponto de ser atingido por um
Raio muito audacioso muito ousado enfrentar
Assim de peito asas tormenta tão escabrosa
Mas aquela estrela lá naquela coalhada
Coagulação de sangue universal sangue que
Faz lembrar lama de fundo de vulcão
Aquela estrela meu irmão sou o que
Arrasto os joelhos nos penedos a
Deixar os meniscos agarrados por troféus

domingo, 24 de janeiro de 2016

Há muito tempo não tenho mais nada para dizer; BH, 03001002012; Publicado: BH, 0240102016.

Há muito tempo não tenho mais nada para dizer
Para que dizer se as flores dizem tudo? há
Muito não tenho mais nada para pensar para
Que pensar se olho o firmamento o
Firmamento pensa tudo é tudo que pensa?
Há muito tempo não tenho mais nada para
Imaginar para que imaginar se quando
Sondo o universo o universo é tudo que
Imagino? por isso calo-me diante duma flor
Passo por morto de barriga para cima
Estendido numa relva a olhar o firmamento
Sinto-me fora do corpo ao sondar o universo
Há muito tempo não tenho tempo para nada
Nem para Deus só para as minhas poesias
Meus poemas as minhas odes sensacionais
É com sensação que digo isso pois não há
Sensação maior do que fingir de morto
Enquanto vive no infinito é prazeroso
Demais fingir de morto enquanto converso
Em colóquio com as constelações as
Galáxias citam para mim o que tenho que
Ditar aos espíritos os espíritos prestam
Atenção quando falo pensam que estou
Morto que falo para espíritos em espírito
Há muito tempo não tenho nada para dizer
Aos vivos depois que descobri o mundo dos
Fantasmas não quero falar com outra coisa

Todos os rios são feitos de lágrimas; BH, 03001002012; Publicado: BH, 0240102016.

Todos os rios são feitos de lágrimas
Lágrimas de choros da pré-história
Da história dos anais que geraram
As sagas das civilizações todos os rios
São feitos de choros choros doces de cristalinas
Lágrimas que ao empoçarem aqui
Ali formaram os lagos as lagoa
Já as lagrimas das criancinhas formaram
Regatos riachos arroios ribeirões
Outros riozinhos de cidadezinhas esquecidas
Dos interiores riozinhos das aldeias
Mais distantes nos rincões das matas
Perdidas já as corredeiras as cascatas
As cachoeiras as cataratas são prantos
De mulheres apaixonadas mulheres
Que amaram de verdade que ajudaram
A inundar os mares os oceano mais
Triste do que o choro duma mulher
Que ama é só o choro de mãe quando
O filho vai embora ou quando a mãe
Perde o filho todo filho é ingrato
Qual todo marido que não corresponde
À entrega da mulher que o ama as
Fontes? as águas que formam as fontes
São lágrimas de virgens as mais puras
Virgens os pantanais os lodaçais
As lamas são feitos de lágrimas de
Putas meretrizes traiçoeiras concubinas
As lágrimas dos homens formam chuvas
Ácidas pois são lágrimas falsas lágrimas
Sem choros prantos ou lamentações o
Homem que quer tudo egoisticamente
Não sabe dar nenhuma lágrima ao sol
Poente é um choro de ser indigente

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Estamos aqui na terra é aqui; BH, 03001002012; Publicado: BH, 0210102016.

Estamos aqui na terra é aqui
Na terra com os pés no chão da terra
Que avistamos as visões celestiais que
Visão celestial maior do que um beija-flor
A plainar ali a poucos metros do chão?
É aqui vivos aqui que temos a ideia
Do firmamento do azul divinal que
Impressão maior do que essa borboleta
Que passa a voar agora ao redor de
Mim? são as almas do paraíso que nunca
Serão expulsas do Jardim do Éden que
Compreensão melhor de Deus teremos do
Que essa joaninha? do sabiá corredor
Que encolhe o pescoço para correr melhor?
Estamos aqui na terra vivos só quero
Reminiscências de Deus enquanto vivo
Depois que morrer não quero mais ter
Sensações divinas que sensações mais
Sensatas do que essas que a natureza
Põe a se manifestar a fazer performances
A nos atestar essas visões celestiais? estamos
Aqui na terra limitados pela linha do horizonte
Por mais que espichemos o pescoço não
Conseguimos transpô-la nem em ser
Espírito alma aproveitemos o tempo
Que passaremos aqui olhemos as visões
Celestiais as vistas divinais as belas
Paisagens pois depois de mortos seremos
Apenas olhados antes de sermos enterrados
Ou incinerados estamos na terra a
Terra está em nós se sairmos da terra
À terra voltaremos em forma de terra

Mestre o que tens a dizer para quem; BH, 03001002012; Publicado: BH, 0210102916.

Mestre o que tens a dizer para quem
Quer iniciar na difícil tarefa da arte
Do escrever? é pensar noviço é
Pensar carola pensar aí algo fora
De série algo extraordinário
Assombroso Mestre mas penso
Pensas que pensas pensar não é
Pensar que pensas não é isso
Não é tarefa árdua depois
Passar o pensamento ao papel é
Outra situação complexa tens que
Ser sobrenatural conseguirei
Captar as letras as palavras certas?
Nas primeiras lidas não terás que
Tentar infinitas vezes treinar
Eternamente repetir toda uma
Posteridade teimar até que consigas
Formar o que possa ser definido pelos
Especialistas como escrita penso que
A tal tarefa da escrita é muito ingrata
Inglória acertaste é necessário muito
Conhecimento histórico muitas
Leituras dos clássicos consagrados
Aliada a mente com boa inspiração
Uso da criatividade busca da
Imaginação com descobrimento de
Temas essenciais técnicos que
Agradem aos futuros críticos Mestre
Se seguir assim os teus conselhos
Poderei enfim criar uma obra-prima
Ou uma obra de arte? penso que terás
Que comer muita poeira ruminar
Muita erva daninha descobrir o
Caminho para tirar leite das pedras
O mel das abelhas africanas com as
Mãos sem ser picado Mestre muito
Obrigado deste-me uma luz já
Sinto-me iluminado agora é
Amadurecer o meu traçado

Os cegos enxergam com os fundos dos olhos; BH, 02801002012; Publicado: BH, 0210102016.

Os cegos enxergam com os fundos dos olhos
Por detrás das retinas os cegos enxergam
Com os poros com as entranhas com as 
Medulas os tutanos dos ossos papilas os cegos
Enxergam com os elementos dos organismos
Com a química destilada pelos órgãos com o
Metabolismo a adrenalina quem enxergava
Mais do que Homero Tirésias Borges outros cegos
De nascença? os cegos enxergam para o lado
De dentro das trevas não têm medo do
Escuro nem de assombrações todo
Sobrenatural habita dentro dos cegos nas
Sombras nas penumbras os cegos se sentem
Em casa os cegos não sofrem o nosso
Processo acelerativo de degeneração a
Sociedade a mídia bovina não escravizam
Aos cegos nem os fazem de cativos como
Querem fazer conosco que somos todos
Escravos cativos do sistema do estado da
Mídia opressora a nossa escravidão inda não
Acabou nem demos o nosso grito de
Independência liberdade autonomia os
Cegos não são autômatos são autônomos
Perceptivos sóbrios lúcidos corajosos
Acima de tudo corajosos os cegos não são
Covardes são moderados educados
Solidários uns com os outros os cegos
Enxergam com os fundos azuis dos olhos
A cor predileta dos cegos é justamente
A cor azul do firmamento que não podem ver
Pois têm consciência do que está dentro deles

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Muita loucura é muita loucura dentro; BH, 02801002012; Publicado: BH, 0190102016.

Muita loucura é muita loucura dentro
Do ser não explico Erasmo tentou
Explicar é muito complicado mas
Nesta pequena biografia a loucura
É muito grande doença desequilíbrio
Esquizofrenia não sei mas sou maluco
Moleque doido muito doido mesmo
Por dentro é a explicação que
Encontro é o diagnóstico que vejo
Alienista alienado penso que talvez
Seja pelo fato de ser povoado povoação
De muitos antepassados quando se
Manifestam o único que está livre
Está desocupado sou que deixo
Que comandem minha mão ao bel
Prazer a encher laudas a laudas
Com tudo que têm a dizer com esta
Miscelânea tudo passa a parecer coisa
De doido louco varrido maluco
Mentecapto um pega minha mão
Diz escreves aí assombração sobrenatural
Outro puxa minha mão não escreves
Aí fantasma solitário mais outro vem
Subitamente a espumar escreves aí
Ectoplasma desesperado haja mão para
Todos tudo parece psicografado
Cada um tem mais coisa para dizer
Do que quando estava vivo escreves aí
Minha pequena biografia póstuma
Louco se trabalhasses não te
Procurariam tanto assim sabem que
És vagabundo sem-vergonha vadio
Enchem teu saco de loucuras

domingo, 17 de janeiro de 2016

Grandioso es tu. hino com letras

O sonho de todo sonhador pensador; BH, 02801002012; Publicado: BH, 0170102016.

O sonho de todo sonhador pensador
Contestador aventureiro devia ser o
De deixar uma obra-prima para a
Humanidade a razão de cada um da
Raça humana deveria ser a de deixar
Uma obra de arte para a humanidade
Para que que as pessoas têm de fazer
De tudo para lotar as cadeias os presídios
As penitenciárias? bom seria se lotássemos
As bibliotecas de obras-primas as
Galerias de obras de arte para que
Tanta delegacia meu Deus do céu?
Para que tanto reformatório? duvido
Se cada um pensasse mais em se dedicar
Em compor uma obra-prima em realizar
Uma obra de arte as cadeias ficariam
Vazias as penitenciárias abandonadas
Os presídios na solidão penso que
Aprendi a ser um perseguidor de
Obras-primas um descobridor de obras
De arte nem as mulheres procuro
Tanto quanto procuro essas obras
Fico satisfeito sim fico indignado é
Com a injustiça os corredores da
Morte com os políticos da má
Política fico indignado é com quem
Faz de tudo para transformar-se
Num membro da população carcerária
Procurais incentivar-vos em oração
Todo dia não em ganhar o pão mas
A obra-prima a obra de arte que é o que
Realmente pode salvar o homem
Da condenação final

Eric Clapton - Old Love


Qual a causa para não ser educado; BH, 02801002012; Publicado: BH, 0170102016.

Qual a causa para não ser educado
Moderado sóbrio? para que fugir da
Lucidez da razão da noção? os velhos
Caquéticos senis bebem demais comem
Em demasia não querem passar mal
Depois bom é aprender a viver mesmo
Depois de velho a sabedoria dum
Velho ontem para mim foi fundamental
"Não sinto ressaca pois bebo todo dia" até
Sorri o velho continuou "faço esta
Emenda bebo pinga cerveja não
Consigo ficar de ressaca não dá tempo"
Falou sério a fumar cigarros paraguaios
Não fumo mais gostaria de moderar-me
Nos goles bebo a sede aumenta torno a
Beber a sede aumenta mais ainda
Já que sou meio aéreo fico mais
Bêbado acabo de estragar-me mas
Os velhos foram feitos para beber a maioria
Dos velhos que conheci tinha mais
Sede por álcool do que por água
Constatei durante treze anos em
Que administrei bares velhos fugiam
Para beber as filhas vinham desesperadas
Atrás velhos que bebiam caiam machucavam
A cara os filhos vinham saber se tinha
Sido pancada porrada de alguém se
Alguém bateu neles era duro atender
Velhos em bares bem mas qual é a
Causa para não se ter educação nas
Coisas nos atos nos gestos nos jeitos?
Educação há por aí alguém que saiba
O que é educação hoje?

Há quem olha para o nada não vê nada; BH, 02801002012; Publicado: BH, 0170602016.

Há quem olha para o nada não vê nada
Há quem olha para o nada vê tudo
O nada está cheio composto completo
No nada estão os espíritos os fantasmas
Os seres aprisionados acorrentados
Algemados amarrados cativos
Escravizados sempre vejo esses
Seres quando olho para o nada
Encaro-os frente a frente sou
Encarado todos dizem algo ao
Mesmo tempo mostram as amarras as
Correntes as algemas ditam ditos gostam
De olhar de serem olhados de
Fundos de olhos para fundos de olhos
Ditam ditos ao latejarem enfeitam
Vitrais paredes muros monturos chamam
A atenção ao reverberarem no vácuo
Contam contos cantam cantos ladainhas
Outras manifestações todas as performances
São para serem observadas muitos de
Letras em letras pedem para fazer dunas
De palavras sirvo-os o que tenho
Camuflo com o nada para os conhecer
Melhor todo silêncio é pequeno ao
Perceberem que são percebidos despercebem
Haja eternidade para retornarem a vibrar
Alho olho olho olho estão estáticos bocas
Abertas bocas fechadas olhos parados cabeças
Viradas mãos estendidas braços erguidos
Corpos postados cores inócuas incolores
Multicores há quem olha para o nada
O faz posteridade o perpetua na pele

sábado, 16 de janeiro de 2016

Hoje é domingo de céu azul sem nunvens; BH, 02801002012; Publicado: BH, 0160102016.

Hoje é domingo de céu azul sem nuvens
No firmamento hoje é domingo dia de
Letras de palavras dia de poesias sem
Rádio sem televisão sem computador sem
Jornal sem celular enfim sem mídia
Hoje é domingo não é dia de
Nada disso é dia de incrustar
Poemas facetar letras polir palavras
A todo lugar em que se olha enxerga-se
As pedras preciosas que querem ser
Colhidas hoje é domingo dia de sol
Tenho uma novidade não estou
Deprimido não chorei nem estou
Abatido veio-me agora algo que
Aprendi com a minha mãe que contava
A história duma freira que agia
Como se todo dia fosse o último dia
De vida dela aprendi assim a pensar
Desta maneira vivo como se hoje
Fosse o meu último dia de vida a
Morte comigo terá uma certeza uma
Surpresa a morte nunca me pegará
Desprevenido nas reminiscências dela
Sempre murmurará esse cara está
Sempre a esperar-me quero pegá-lo
Num dia em que estiver bem descuidado
Aí dou o bote nele o levo hoje é
Domingo num dia assim tão firme
Muita gente pode morrer mas quem está
Preparado a saber que hoje é domingo
Tem mais é que viver

Negro raiou quando o sol no morro; BH, 02601002012; Publicado: BH, 0160102016.

Negro raiou quando o sol no morro
Escondeu-se negro batucou negro
Cantou quando o dia morreu a noite
Chegou negro viveu viva sou cantou
Negro o samba de ocasião viva sou
Na roda de bamba que o samba é
Coisa de negro de batucada que
Meninada não entra mulatas de balaios
Nervosos em polvorosa colocam a malandragem
Os malandros mais espertos chegam perto
Quem risca o chão sem deixar
Riscado é o bom malandro sorteado
O samba só é samba num único
Lugar que as outras vozes queiram
Desculpar podem até imitar mas
Fazer samba igual faz o Rio de Janeiro
Isto é difícil de se imaginar para
Representar esta grande nação é
O samba nas palmas das mãos
Na escola na mesa do bar na
Madrugada em qualquer lugar
O negro que cantar samba vai raiar
O negro raiou quando o sol no morro
Escondeu-se vai meu samba transforma
A sociedade Noel Cartola Candeia
Filósofos de eterna mocidade que
Os discípulos noviços querem imitar
Com curiosidade é só no samba que
Se pode cantar com a liberdade
Preto Velho Benedito já dizia tem uma
Voz que vem lá da Bahia vamos respeitar
O samba é samba no terreiro em qualquer lugar

Samba alegria dum povo bandeira; BH, 02601002012; Publicado: BH, 0160102016.

Samba alegria dum povo bandeira
Duma nação samba hino nacional
Dum país causa de minha razão
Não nasci batuqueiro não nasci em
Terreiro mas virei candongueiro o
Sangue de tuas veias é o sangue da
Minha inspiração meu samba não é
De bamba não é de partideiro nem
Do Rio de Janeiro mas é o meu
Samba brasileiro é o samba que sei
Cantar que sei compor quero
Batucar outro samba alienígena que
Não venha para cá aqui nasceu o
Meu coração coração de todos os
Escravos cativos que batiam nas
Palmas das mãos os meus ancestrais
Que riscaram em minhas costas
Estas notas desses sambas geniais
Transformados de gemidos sofridos
Em memoráveis carnavais nossos
Corpos que serviram de tambores
Para agradar nossos senhores que a
História não pode esquecer da
Senzala à casa grande quem mais
Legado deixou foi o samba que a
Tristeza criou agora é alegria em
Qualquer batucada sempre a
Comemorar o fim da escravidão o
Raiar da liberdade até o nascer da
Madrugada samba identidade dum
Povo olha aqui de novo quero te
Saldar já dizia o Preto-Velho o
Samba não pode acabar

Sento-me à mesa como se fosse fazer; BH, 02601002012; Publicado: BH, 0160102016.

Sento-me à mesa como se fosse fazer
O primeiro almoço o prato está à minha
Frente vazios os dois espero que seja
Servida a refeição não tenho fome
Bebo do vinho não como do pão a refeição
Veio quente chegou à minha boca fria
Mais frio estava o meu estômago imprudente
Sirvo outra taça o vinho tinge de vermelho o
Meu sangue o pão amarga molho-o no
Vinho sangrento levo-o à boca vinagre
Com tanta luz não enxergo nada com tanto
Calor sinto frio o garfo não saiu do lugar
Olhei através das vidraças das salas vi os
Vitrais dos prédios pessoas que nunca
Pareciam ter comido comida comiam
Como se fossem comidas perdido perdi
A fome que não tive o vinho não matou
Minha sede bolo de levedo formou-se no
Estômago deixei a mesa fui à sala como
A porta estava aberta se a havia trancado?
Buzinaram no portão em frente rangido
Batido latido a tarde morria em agonia
Em angústia afoga-me no tédio vi com
Ansiedade no olhar que inda estava
Sozinho todos os olhares das janelas
Olhavam-me reprovadores o estômago
Doeu a trazer-me de volta à falsidade
Salivei como se fosse vomitar mordi os
Lábios passou a ânsia acendi aquele
Cigarro que estava guardado há tanto
Tempo na cigarreira lembrei que
Teria que passar à tabacaria saí à rua
A multidão engoliu-me anônimo
Anômalo virei a esquina do nada

Não faz bem contar dinheiro a avareza; BH, 02601002012; Publicado: BH, 0160102016.

Não faz bem contar dinheiro a avareza
Aumenta a mesquinhez dispara não
Faz bem contar os bens a ambição só
Cresce é melhor contar estrelas que
Aparecem apenas verrugas nos dedos
Contar vantagens? qual a vantagem
Em contar vantagens? bancárias?
Financeiras? capitalistas? às vezes
Pergunto sem obter respostas para que
Levar a vida ao nível duma ficção
Elevar uma ficção ao nível duma vida? não
Sei o que vou contar dinheiro não tenho
Estrelas não dá vou contar conchinhas
Do mar os grãos de areia das praias
As moléculas do ar vou contar as pedras
Das pirâmides de Machu Picchu dos
Castelos das fortalezas medievais
Onde escondem-se corações virgens
As coisas que nunca vi vou contar
As coisas que vi vou deixar para outro
Alguém contar só vou contar o que
Nunca ninguém teve para contar o que
Todo mundo tem para contar não
Interessa-me a loucura é assim com
Seus elogios ou sem seus elogios
Todo sonho de louco é louco utópico
Onírico toda loucura é bela é
Artística com exceção da loucura pelo
Poder pelo dinheiro essas loucuras
Diminuem a humanidade leva o
Homem ao rés do chão as loucuras
Que são ervas daninhas da raça
Humana do ser humano devem ser
Afastadas como o joio é do trigo

Cidade Maravilhosa não mereces tanta; BH, 02601002012; Publicado: BH, 0160102016.

Cidade Maravilhosa não mereces tanta
Violência qual a causa de tamanha
Violência num lugar que nasceu tão
Parecido com um paraíso? milícias
Paramilitares traficantes policiais
Corruptos da pior espécie do país
Bandidos de todos os calibres políticos
Sem escrúpulos decoros se pudesse
Descobrir a causa de tanta tragédia
Tivesse a fórmula duma solução que
Findasse essa eterna maldição carioca
Desenvolveria aqui um método para
Pôr fim aos destinos malignos dessa
Cidade Maravilhosa o chato é que
Todos querem cocaína maconha
Drogas pesadas a qualquer custo sem
Pensar nas consequências maléficas
Que o tráfico de drogas pode causar
Menino do Rio vamos parar de cheirar
Garota de Ipanema vamos parar de
Fumar maconha de aplicar nas veias
De tomar bolinhas de queimar pedras
Ela é carioca por ser carioca não
Precisa ser drogada quantas poesias
Que há em Copacabana Princesinha do
Mar? quantos poemas no Pão de Açúcar?
Nos Dois Irmãos Corcovado mesmo
Nos bairros suburbanos do samba nos
Morros do funk do rap? não é fácil
Largar os vícios se viciar em cultura
Em obras de arte obras-primas clássicas
Não precisa nem apelar à religião São
Jorge São Sebastião é só parar de
Comprar o crack fazer a cabeça com
As belezas as maravilhas desse berçário
De poesias vivas de poemas imortais
Minha ferida Cidade Maravilhosa do Rio de
Janeiro não mereces malévolas maldições

Ode à Alegria; BH, 02601002012; Publicado: BH, 0160102016.

Ode à Alegria
Quero compor a minha ode a ti
Alegria maravilhado com as maravilhas
Que conténs comporei esta ode
Endeusada a ti deusa a mostrarei
Aos meus amigos companheiros
Camaradas subirei em altares aras
Púlpitos pedestais a cantarei em
Solo em corais queres saber a causa
Que endereçarei a ti esta ode? é que
Cansei das elegias às tristezas cantei
Tristeza desde o dia em que nasci
Há muito desejo mudar enaltecer a
Felicidade viver a harmonia das
Quatro estações hoje comecei uma
Vida nova uma vida de compositor
De odes mudei de profissão meu
Papel agora será o de passarinho
Canoro meu figurino será o de cantar
Levar a alegria a todos os seres
Criaturas de manhã igual aos pássaros
Que só cantam de manhã de tarde
Tais aos pássaros que só cantam de
Tarde de noite imitarei aos pássaros
Que só cantam de noite todos os
Pássaros só cantam à alegria alegria
Passo a cantar todo dia esta ode que
Conta a beleza das tuas manifestações
A receba como a primeira duma
Série de infinitas odes que dedicarei
A ti neste pequeno espaço de tempo
Que é a minha vida nesta pouca
Lucidez que habita a minh'alma
Embriagada neste raro momento de
Sobriedade deste meu espírito ébrio

Inda não me veio uma boa ideia; BH, 02601002012; Publicado: BH, 0160102016.

Inda não me veio uma boa ideia
À cabeça inda não cavei no veio da mina
Permaneço parado não avancei
Justamente por ser a pedreira muito
Potente todo o estoque de dinamite
Não foi suficiente para abrir o coração
Da montanha a fazer jorrar o sangue
Amarelo continuo a garimpar é que
Igual a todo mundo quero encontrar
Tesouros hoje o garimpeiro está sem sorte
Bateu martelo bateu martelete bateu
Marreta picareta usou escavadeira
Enxada enxadão bateu bateia deu com a
Cara no chão nenhuma pepita digna
De classificação nenhuma pérola para
Ser chamada de rara ou um diamante
Eterno o garimpeiro olha vê na encosta
O pastor seu rebanho pensa que em
Lugar de lavrador poderia ser um
Guardador de ovelhas carneiros cordeiros
É ambicioso quer sempre algo maior é
Insaciável nunca fica satisfeito quer
Sempre ir mais profundo no fundo
Do organismo das entranhas da
Mina quer se perder no labirinto
Minotauro sem um fio de lã para
Guiar-lhe diferente daquele que
Espera a luz do sol para mostrar-lhe
Tudo prefere procurar nas trevas na
Densa escuridão dos subterrâneos
O veio mais sinuoso por ter a certeza
De encontrar a passagem secreta

David Bowie - Lazarus

Nem parece que Jesus Cristo foi criança; BH, 02401002012; Publicado: BH, 0160102016.

Nem parece que Jesus Cristo foi criança
Pois as crianças continuam a sofrer
Violências será que quanto mais
Moderna a sociedade mais evoluída
A humanidade mais violentos ficamos?
O que nos leva a isso? quando não
É a morte individual de meninos
Meninas é o extermínio nas guerras
Nos atentados terroristas nos campos
De refugiados ou de fome nos
Sertões das secas nos rincões de miséria
Pobreza nos países assolados por
Tragédias civis gostaria de verdade
De ter uma solução para casos tão
Complicados assim se soubesse de
Rezas se soubesse de orações se
Soubesse rezar preces se soubesse orar
Tivesse a certeza de que Deus atenderia
As minhas preces os santo santas
Os anjos da guarda protegessem as
Crianças evitassem que sofressem
Violências juro que iria aprender a
Rezar a orar a fazer preces iria
Duma só vez perturbar a Deus aos anjos
Da guarda aos santos às santas para
Que pusessem fim enfim a qualquer
Morte pueril mas o mesmo sou tão
Infantil que não acredito que essas coisas
Se resolvam com Deus santos santas
Anjos rezas preces orações o que
Precisamos é de tomar vergonha na
Cara proteger nossas crianças punir com
Rigor indeterminado quem as molestam ou as
Causem violências a impedir de todas
As maneiras que tenham mortes tão precoces

DAMARES MEDINA: Sobre nome, identidade e feminismo:



Sobre nome, identidade e feminismo:
Temos assistido a um levante que procura resgatar o papel da mulher na sociedade atual. Uma redefinição ou explicitação do que seria feminismo e uma conclamação a nos unirmos, a nós, mulheres, nos unirmos.
Confesso que sempre achei que o engajamento nessa temática atrairia para mim rótulos sectários e, em compensação, convivi, como todas nós convivemos, com a dura realidade de ser pelo menos 2x mais competente do que qq colega homem, para ter ao menos as mesmas oportunidades.
Ao parir uma filha mulher (sim, eu digo parir porque o nascimento de um ser humano é algo mais dramático e potente que o romantizado dar a luz... o que vc fez nos últimos 4 anos? Escreveu alguns livros? Concluiu o doutorado?... ok, eu fiz um ser humano! Sim! Eu fabrico humanos, concebo, gesto e após o parto... a humanidade tem sua chance de prosseguir!) Enfim... após ter uma filha mulher as questões de genero passaram a me tocar mais fundo e, há 2 dias, minha filha ingressou em um novo colégio!
Qual não foi o meu choque quando no registro colegial dela constava o nome: Sophia dos Santos... sim!
O primeiro e último nome (do pai) como é costume em várias sociedades...
Eu fiquei chocada pelo fato de em pleno 2016 acharem normal literalmente apagar o nome da mãe (recapitulando: que concebeu, gestou por 9 meses e pariu) do registro escolar...
Procurei a escola e expliquei que, lá em casa, ensinávamos nossa filha a prezar o feminino desde cedo e a enaltecer o papel da mulher na família e na sociedade, o que começava na importancia do nome da mãe e de sua família materna, uma questão de empoderamento...
Imediatamente o registro foi corrigido: Sophia Medina dos Santos (quando ela tiver idade escolherá qual sobrenome adotar, como eu escolhi o da minha mãe, ou do pai), mas...
O fato assustador é a naturalidade com que nós mães somos formalmente apagadas por convenções machistas que devem remontar à época que mulheres e seus filhos eram propriedades exclusivas dos homens...
Parafraseando o premier canadense: estamos em 2015...
Ops, já é 2016!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Não é possível não acredito alguma; BH, 02401002012; Publicado: BH, 0150102016.

Não é possível não acredito alguma
Coisa precisa acontecer é muita
Maldade muita perseguição a injustiça
Não poderá ficar assim impune seria
O mesmo se quiséssemos incriminar
Che Guevara Fidel Castro pelas
Mortes causadas na libertação
Independência de Cuba das
Garras do regime imperialista penso
Que é muita ruindade é querer dar um
Golpe branco por não aceitar as coisas
Do jeito que são atropelar um
Trâmite legal para atropelar as lideranças
Naturais dum partido fazer política na
Alta corte do poder o que não é o papel
Determinado usar de parcialidade não
Apreciar as provas agora resta a
Apelação às cortes internacionais aos
Direitos humanos à Anistia é um
Linchamento da história não pode
Ser assim sem uma apelação superior
Espero que todos apelem que o
Processo seja revisto sem influências
Da mídia bovina sem espetacularidade
Outros réus em crimes mais hediondos
Foram rapidamente beneficiados com
Habeas corpus preventivos não serão
Os nossos líderes que servirão de bodes
Expiatórios nem carniças para os
Abutres da burguesia da elite insatisfeitas

Vai demorar o processo de maturação é ; BH, 02401002012; Publicado: BH, 0150102016.

Vai demorar o processo de maturação é
Demorado não teimar em querer
Acelerar pisar no acelerador agir
Como age um celerado o processo natural
É demorado quanto mais perguntamos
Quando ficará pronto tem-se a impressão
Que mais lento fica nunca vi coisa
Igual a verdade é uma só da gestação
Ao nascimento tudo passa por um
Figurino uma cartilha uma norma
Rígida a ser seguida toda uma regra
De respeito hierarquia nenhuma fase
Pode passar na frente doutra se passar
Degringolará será nociva à humanidade
Vai demorar é melhor demorar não
Poderá ser usada politicamente nem
Religiosamente não poderá ser feito
Marketing nem propaganda enganosa
O alimento principal da mídia vai
Demorar para a burguesia entender
A elite assimilar vai demorar é a
Verdadeira emancipação do operariado é
A chegada ao poder do proletariado
Saber que um membro trabalhador fez
Pela nação mais do que todas as
Forças do mal fizeram juntas em
Quinhentos anos de dominação para
Aceitar tal realidade é coisa que
Vai demorar os historiadores sérios
Terão que reconhecer esse marco
Histórico esse fato delineador
Deixarão de agir como se nada 
Acontecesse por aqui a não ser
O que é da vontade deles

Inda vou descobrir vou martelar; BH, 0170702013; Publicado: BH, 0150102016.

Inda vou descobrir vou martelar
Nesta bigorna vou marretar nesta
Pedreira vou descobrir mostrarei
A joia da coroa a gema o diamante mais
Valioso a pedra mais preciosa verei
A pepita de ouro maciço a pérola
Mais perfeita tudo de teimosia
Perseverança insistência vou
Persistir o quanto puder nada
Tenho a perder o que encontrar
Se não gerar lucro prejuízo não
Vai dar pararei com os dilemas
Mistérios segredos abrirei clareiras
Com o tempo serei profissional com
A prática terei experiência
Deixarei de ser amador me
Conscientizarei o que é o mais
Importante a conscientização
Porei a consciência à minha
Disposição me alegrarei ficarei
Contente acrediteis ficarei deveras
Feliz embriagado sem beber uma
Única gota de álcool com a mesma
Facilidade com que falo escreverei
Ficarei abismado posso coisa tão
Simples não via posso algo
Singelo sou cego inútil
Acabei de descobrir Arquimedes
Posso maravilha estou maravilhado
Coberto de calafrios só não saio para
Dançar pois é alta madrugada fria
Não estou a sonhar estou muito
Bem acordado sim posso sim

Reconheço que meu mal; BH, 0160702013; Publicado: BH, 0150102016.

Reconheço que meu mal
É a minha dificuldade de pensar
Pensar na coisa certa no tempo certo
No lugar certo confesso que pensar
É o entrave dos medíocres quem
Pensa raciocina age com pura
Percepção acerta na maioria
Das vezes acerta mais do que
Erra quem tem preguiça de
Pensar não usa a lógica nunca
Fica com um pé sempre atrás
Vacila duvida acovarda os
Meus piores momentos na vida
Foram por falta de pensamentos
Lúcidos sóbrios com razão as
Mentes iluminadas estão todas
Na minha dianteira bem além
Do meu tempo ficam por aqui só
As mentes obtusas improdutivas
Irracionais iguais a minha é por
Isso que a maioria das coisas
Saem erradas a humanidade mais
Erra do que acerta falta de luminosidade
No pensamento da raça humana o
Ser humano poderia perder mais tempo
Em pensar só teria a ganhar
Agir por instinto por intuição
Pragmatismo resultado acaba
Por inviabilizar a vida na terra
A saída está na entrada cada
Um entrar para dentro de si
Pensar até acertar o pensamento