Os meus pensamentos são todos os pensamentos
De todos os seres dos universos; a minha mente
São todas as mentes de todos os seres dos
Universos: do aquém, do aqui e do além; e
Como não tenho fogo para escrever nas
Pedras, escrevo com sangue e com o meu
Sangue, pois muitos dos quais sou o portador
Dos pensamentos, não possuem sangue quente,
São sangues frios de sauros extintos; e tudo que
Escrevo nos papiros, nos pergaminhos, nos
Papéis, nos papelões, nos carbonos, nas peles,
Nos pelos, nos fios de cabelos, escrevo escravo
Com o meu próprio sangue lavado: não possuo
Outro tipo de tinta; e para não morrer ao escrever
Por falta de sangue ao escrever os maus pensamentos,
Uso sangue venoso; e ao escrever os bons
Pensamentos, se houver algum, uso sangue
Arterial; e quando não tiver mais sangue, nem
Arterial e nem venoso, usarei o anil do céu
Emprestado para os bons pensamentos e a borra
Das lavas dos vulcões interplanetários, para
Os maus pensamentos; e no manto da terra os
Guardarei para gestar, igual Arthur Bispo do
Rosário guardou o seu Manto Real, para o dia
Final; e quando ele soprar aos meus ouvidos as
Loucuras de sua esquizofrenia, direi Bispo, já
Lavrei em sangue, toda a sua escritura; deixa de
Ciciar às minhas orelhas, não tens mais nada a
Ditar-me; fantasma não tem sangue e espírito
Nada pode emprestar-me e alma não quero, não sou
Deus, nem sou demônio, para ter tanta sede de alma.
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