quarta-feira, 13 de abril de 2016

Estéril a zumbizar pelos cemitérios; BH, 060602015; Publicado: BH, 0130402016.

Estéril a zumbizar pelos cemitérios
Ossatura a visitar ossuários de caducos
Ossos que o tempo limou a expor as texturas
Antigas estrias que identificavam luxuosas
Moradias de almas espíritos palácios do
Que antes eram entes habitações de
Certas entidades que animavam o
Inanimado cordavam os descordados
Vertebravam os invertebrados moradia de bolor
Fungo mofo a ruminar pelos destroços
Um espelho de Dorian Gray que esconde
Os traços do traçado os passos do passado
Os quadros do esquadro num pacto
Sabe-se lá com quem para se ter uma
Vida eterna no além depois de
Viver-se uma vida morta no aquém
Dinossauros deixaram pegadas
Vulcões deixaram lavas ilhas continentes que
Brotaram do fundo incipiente elefantes
Deixam memórias rinocerontes chifres
A ameba uma lesão causada por um efeito
Colateral aranhas tecem telhas nos telhados
As fumaças empretecem as teias que viram
Picumãs há sempre uma transformação
Uma metamorfose uma simbiose ou uma
Osmose numa célula há sempre um pulsar
A pulsar como se fosse um quasar a
Transbordar quanta a colar o núcleo do
Átomo que acabou de ser partido é a
Energia relativa concentrada liberada
Ou a dar ânimo ao caos ou a
Devastar em caos o que o caos
Criou na primeira partícula separada
Que em cadeia desabitou esses ossos
Esquecidos daqueles que foram nossos

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