sábado, 9 de abril de 2016

Parei de nadar no dia em que nasci; BH, 01º0502015; Publicado: BH, 090402016.

Parei de nadar no dia em que nasci
Para morrer sufocado aqui estressado por
Natureza cansado de tudo de todos nervoso
Com a falta de calma intolerante pela falta
De paciência sem consciência é lamentável
O estado de prostração total alienação que só
Contribuem para a impotência diante dos fortes
Não soube ser louco o suficiente ser maluco
De poder doido de ação para assim romper o
Esquadrão derrotar o batalhão de choque do patrão
Muita poluição fumaça ardência nos olhos
Dor no coração esquece o que lembrava a
Pouco odeia o que amava de muito fez
De pouco faz de nada humilha quem deu
Vida água pão vinho sal açúcar lateja
Rasteja encolhe raiz rasa vaza seiva sangue
Vivo corpo morto veia aberta salmoura na
Calçada ferida crônica sociedade ferida
Alma suja espírito encardido ser decomposto
Alguém não me viu ninguém me vê a voz
Voltou para a garganta o eco voltou para a voz
O som aos ouvidos os esqueletos descarnados
Não sofreram reencarnações ossos muito
Ressequidos ferrugens no lugar de tutanos
Amanhã quando o ontem nascer não haverá
Mais registos de histórias de lembranças ou
Memórias já de tanto envelhecido que será o
Tempo já de tanto esquecido que será o
Esquecimento no caos dos ossuários
Caveiras se cheirarão umas às outras tais
Cachorros vira-latas ao se encontrarem
Quando um cheira o rabicó doutro se
Estranham se entranham num chocalho de
Cascavéis enfurecidos classificar colocar
Osso por osso no seu devido lugar será
Tarefa digna de trabalhadores do mar de
Homens que voam em naves de âmbar

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