sábado, 29 de julho de 2017

Não escrevo preocupado com estilo; BH, 06070100110902001; Publicado: BH, 0150102014.

Não escrevo preocupado com estilo
Ou com elegância da mesma maneira que não
Preocupo-me em respirar respiro naturalmente
Penso que desde que nasci ao esfolhear os
Manuscritos ao folhear a esmo não procuro teor
De obra literária elevada de obra-prima ou
Clássica tento apenas entre algumas coisas insignificantes
Outras menos relevantes evitar o esfolhar das
Florestas a doença que o homem tem de
Tirar folhas de árvores quando o escrever causa-me
Um esfolegar o pensar um resfolegar ansioso
Chego a arranhar-me de tensão fico no mesmo
Desespero de alguém que quer explorar outrem
No preço ferir superficialmente o ego tirar
A pele do semelhante esfolar o igual em
Benefício de si próprio quando é assim
Ponho-me à disposição do esfolamento
Deito a cabeça no cepo deixo cair a guilhotina
É assim o meu ato de esfoladela a ação de
Esfolador a ferida que esfola-me não é
Superficial a arranhadura que faço é
Sem motivos de soltar foguetes o esfoguetear
Que demonstro não é o de alegria sim
O de tornar-me cada vez mais estouvado
Perdi a ingenuidade de menino esfogueteado
Travesso nas brincadeiras infantis só soube
Apressar-me para a imperfeição afoguear-me
Na estupidez a aumentar sempre o esfoguear
Da ignorância que me mantém um ignorante
Denso com espírito habitado com o censo de
Deflorar os jardins antes de desflorar se soubesse
Esflorar o enigma que me destrói matar a esfinge
O monstro mitológico com corpo de leão cabeça
Humana que povoa meus pesadelos causa-me
Tanto medo atiça-me tanta covardia que até
Afrouxa-me o esfíncter o músculo circular que
Serve para apertar ou alargar orifícios ou cavidades
Do corpo humano que chego a desfiar nas
Calças as necessidades fisiológicas não
Precisaria arrancar meus olhos não sei
Nem como esfiar corretamente a causa de tanto
Pânico que vem reduzir-me a fiapos a esfiapar
Meu ser a acentuar a curvatura das minhas costas
Mais do que as superfícies esféricas que nem o
Esferômetro o instrumento para medir tal
Curvatura é suficiente insuficiente para registrar o
Formato do esferoide sólido, cuja forma é semelhante à
Da esfera que aumenta o peso esferoidal
A incidir ainda mais na minha corcunda
No esférico da corcova como qualquer corpo sólido
Perfeitamente redondo em toda a sua extensão
Sou o Atlas que carrega o globo a bola furada do
Esfenoide do osso na base do crânio o esfenoidal que veio
A ser dividido em fatias à pauladas no esfatiar do
Beco escuro da rua sem saída não dá nem para
Sentir o dilacerar do cérebro o rasgar a alma como
Se rasga papel o fazer em farrapos o ser o esfarrapar
O espírito de mendigo maltrapilho de escrito sem
Consistência ou coerência texto de esfarrapado é
Duro abrir farpas na rocha viva esfarpar o rochedo
Com os dentes esfarelar as pedras com os dedos
Reduzir a farinha com as mãos meu Deus não
Esfarinha o meu corpo no precipício o ente é um farelo
Uma migalha um corpo que feris com facada a
Vítima do esfaquear fatal do despedaçar da
Carne do reduzir a fanicos os nervos esfanicar os
Ossos não ficar satisfeito herdou o esqueleto
Negro olhou o corpo esfanicado até extenuar-se
Ao extremo mas agora chegou a hora de cansar
Em excesso de odiar de sentir raiva rancor
Ira devemos esfalfar-nos de vez de fazer o
Mau basta ser bom não causa esfalfamento
Efeito do esfaimar de privar de alimentação
Não impede a resistência se causar fome a
Alguém só a fome de amar a de esfomear por
Amor faminto por paz esfaimado em fazer o bem
Hoje deparo com as notícias dos aviões que foram
Lançados contra prédios nos USA nem a empenagem a
Parte traseira do avião sobrou dos que se
Espatifaram contra as torres gêmeas da peça de
Madeira que vai do frechal à cumeeira tudo
Virou pó poeira fuligem de paineira
Da empena parede lateral cabeceira
Dum edifício só fumo fumaça labaredas
Por mais que tentemos tapar com pedras
Empedrar nossas memórias cobrir com pedras
Nossas lembranças como se faz com o solo
Penso que não esqueceremos jamais cenas
Tão infernais as torres viraram a parte das
Estradas que tem pedra britada entulho
É com olhar empedrado insensível
Cruel que sinto o petrificar do nosso futuro
Sinto o empedernir da nossa esperança
Um sentimento que não manifesta arrependimento
Ou remorso um sentido empedernido que quer
Envenenar a humanidade contaminar com
Peçonha a raça humana ao empeçonhar com o
Terrorismo os atos do radicalismo do extremismo
Suicida o estorvo da paz obstáculo à felicidade
Impedimento à liberdade empecilho à democracia
Não quis chorar pensei que não deveria chorar
Mas todo o meu espírito chorou minh'alma
Chorou meu ser chorou até empanturrar-me
De indignação encher-me demasiadamente
Da comida do fel a causar-me um empanzinamento
Silencioso um empanzinar sem voz sem arrotos mas
Não quero odiar vingar quero ir mais além só perdoar

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