sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Carrego nas costas um cesto grande oblongo de cipó; BH, 0210902000; Publicado: BH, 0240902013.

Carrego nas costas um cesto grande oblongo de cipó
Talas de bambu para transporte de gêneros em alimárias
Carrego um caçuá que me faz vergar as costas
Fazer com que o cacto a planta da família das cactáceas
De caule carnudo de peças em geral articuladas
Com folhas reduzidas espinhos que dá flores de
Cores vivas cactáceas espécime dicotiledôneas cujos
Espinhos estão cravados em minhas carnes a parecer
Agulhas dum acupunturista vodu todo aquele
Que tiver a curiosidade de ler tais escritos
Irá caçoar de mim pois a maioria gosta de
Ser caçoísta comigo também que só sei escrever
Cacografia o meu escrito é de grafia errada
De vocábulos não passo dum escritor cacofônico
Um poeta da cacofonia um pensador cacófato
A tentativa de melhoria resulta numa vã
Repetição de encontro de vários sons com total
Efeito acústico desagradável na sequência
Frasal que costumo usar não consigo nem
Abandonar o cacoete o trejeito defeituoso o
Sestro que vira caçoada a brincadeira de
Mau gosto zombaria da cidade à periferia,
Freguesia do caco do pedaço de louça vidro
É madeira de qualquer objeto quebrado é
Coisa sem valor é pessoa muito velha doente
A ruminar num dente estragado na
Palavra na frase enxertadas no texto
Duma peça pelo ator amador pelo improviso
Da dor do caciquismo que ainda predomina
No bolsão da miséria da pobreza é o
Regime político em que se predomina a
Ação arbitrária discricionária de
Certos chefes do coronelismo político que
Depois da colonização depois das matanças dos caciques
Dos chefes índios os morubixabas até hoje resistimos
Ao chefe político ao coronel discricionário que
Dominam o povo das cidades do interior
Resistem como o cacimbeiro como a pessoa
Que abre cacimbas para resistir à seca riais
Duros ignorantes cobrais com a vida a
Mudança a revolução a transformação
Para uma vida social melhor não gostais
Da cacimba cheia de cultura só a depressão
Natural ou cova aberta em leito seco de rio
Ou em locais úmidos com objetivo de encontrar
Lençol d'água o poço da sabedoria não quereis
Nem saber dá cãibra no cérebro quando
Tentais pensar é a contração espasmódica
Dolorosa dos músculos neles acontecem nos
Neurônios nos hemisférios cerebrais na mente
Memória na cabeça de caibro nunca vi nem na cara
De madeira resistente que sustenta as ripas do telhado
Do atual neoliberalismo as tábuas do assoalho
Da globalização ai do caipira que não faz
O que querem na cidade ai do malandro
Nos mares abrem armadilhas de galhos de árvores
Para trair só os peixes pequenos os graúdos
Os tubarões vivem nas cabanas à beia das praias
São pescadores de iates lanchas embarcações de
Luxo no curral só cela especial TV celular ar
Cerca de varas finas flexíveis só para caiçara
Nunca passam por caída não conhecem queda
Nem decadência nem prolapso declive
Então nem se fala estão há anos no poder
Mudaram de pele se passam por lebres se passam
Por carneiros porém não são lebres são raposas
São lobos o povo continua caído triste
Com o salário abatido com o aluguel a
Namorar a casa própria apaixonado
Por uma melhora de vida nada na
Caieira só a elite no forno onde se faz a
Cal só a burguesia as jazidas de conchas a
Matéria-prima a sambaqui o ouro que dá
Cãimbra o fim do caimento o fim da ruína
O parar de cair no abatimento na prostração
O povo nem toma conhecimento a inclinação
Amorosa fica no esquecimento a paixão
Esfria a fé não remove mais a montanha
Àquela designação comum à gente do campo
Se confunde com a do favelado o caipira
Vira desempregado o provinciano para debaixo
Da marquise inculto acanhado triste tímido

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