segunda-feira, 12 de março de 2018

Saciei-me com a entre perna; BH, 02903001002003; Publicado: BH, 0304020013.

Saciei-me com a entre perna
Carne da região de entrepernas da rês que
Serve para assado ou churrasco daí?
Se entrepassar-me deter-me um pouco
Para refletir pensar um entrepasso
Uma divisória vertical de armário ou
Estante é o que separa-me da realidade
Poucos sabem como não entrenublar-se
Poucos sabem como não cobrir-se de nuvens
Ligeiras ou transparentes a maioria às
Vezes não tem sequer um naco de
Carne para comer de vez em quando
Penso em fugir para algum buraco
Entremontano ou uma caverna que
Está entre dois montes a ficar a ser
Assim um estranho prisioneiro de mim
Mesmo um acorrentado para poder não
Ver a desigualdade nem a falta
De fraternidade nem a ausência
De legalidade desprezo o vistoso lugar
Do entremodilhão o espaço nobre entre
Dois modilhões que é o lugar ideal
Para entremezista a pessoa que faz ou
Representa entremezes penso que não
Nasci para farsante morrerei sem saber um
Chocarreiro sempre digo à minha
Mulher que não sou um comediógrafo
Porém gosto de entremetimento na
Sociedade mesmo onde não chamam-me
Meto o nariz para saber se há justiça
Se está tudo certo se não há
Alguém a cometer injustiça gosto
De meter-me em polêmica em
Controvérsia introduzir-me em
Reformas em tudo que nos leve
À evolução de permeio ou sem permeio
Prefiro influir tomar parte de tudo
Do todo interferir sou de intrometer-me
Meter a cara entremeter sem medo
Sem covardia a buscar soluções
A gerar resoluções a dar respostas
A criar ideias numa entremesa
Num tempo duma refeição já vivi
Mais do que uma vida universal
Cresci mais do que o entremês o trigo tremês
Sustentei o mundo mais do que a entremecha
A trave que corre de costado a costado
Quando a nau está alquebrada procuro
Ser um entrelopo do bem um contrabandista
De coisas boas procuro clareza objetividade
Não ouso entrelinhar escrever em entrelinhas
Não vim para intervalar a fala nem 
Para comentar a palavra doutros se
Der procuro viver entrelaçado com a verdade
Enlaçado um noutro eu ela mais
Coesos do que o que se diz das peças que
Passam umas pelas outras com anéis triangulares
Só não quero entrelaçamento com a
Mentira nem fazer parte do conjunto
De coisas entrelaçadas com a falsidade
Não pretendo errar tal uma entregadeira
Uma máquina usada na indústria da fiação
Ou mulher encarregada das entregas da
Conta sempre do meu recado sem defeito
Agora sei que não sou perfeito mas no
Meu entreforro na minha entretela só
Almejo a perfeição lá no fundo do meu
Entrefolho no âmago do escaninho no
Recanto do coração esconderijo de minha
Alma alheio à indigestão crônica no folhoso dos
Ruminantes humanos nos seus entre folhos
Espero surgir nascer da luz

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