quinta-feira, 31 de maio de 2018

Já vou aprontar meu futuro; BH, 0200801999; Publicado: BH, 0130602012.

Já vou aprontar meu futuro
Preparar com presteza coragem
Aprestar sem nenhum medo
Sem vacilação nenhum horror
Está até a demorar a chegar
E parece que não vai
A abrir as portas para mim
O tempo está a passar
Meu apresto a demorar
Meu preparativo está muito lento
Meu petrecho bem longe de mim
Penso que é falta de aprimoramento
Preciso pois tenho que aprimorar-me
Se quiser num futuro brilhante
Tornar-me primoroso
Se quiser num futuro promissor
Aperfeiçoar-me cada vez mais
Se quiser um futuro perfeito
O tempo está a passar
Minhas costas estão a se curvar
Meus olhos a se turvar
Os ouvidos a se tampar a priori
Inda não sei o que fazer
Não ajo segundo o princípio
Anterior à experiência
Não tenho conhecimento dos fatos
O apriorismo do raciocínio
Impede-me de planejar
Uma aterrissagem tranquila
No aeroporto do futuro
Não sou um apriorista
Meu aprisco é um redil
Um casebre dum covil
De ovelhas negras

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Mulher; BH, 0190801999; Publicado: BH, 0130602012.

Mulher
Quero o teu apresamento
Não me importa quem sejas
Quero te apresar em minha vida
Fazer de ti presa em minh'alma
Capturar prisioneira em meu coração
Aprisionar em meus braços
Agarrar com minhas unhas
As tuas carnes que serão minhas
Esta é a minha apresentação
O meu modo de me apresentar
Documento de recomendação
Já que estou apresentado
Ser tu a pessoa desinibida
Não preciso de apresentador
Quero só pôr na tua presença
O meu próprio verdadeiro amor;
Mostrar como sou doce
Exibir a mansidão guardada
Expor a contemplação contida
Submeter à aprovação do teu ser
Ouvir o que tens a alegar
O que vai significar o que recomendo
Se terei a resposta esperada
Que é fazer com que duas pessoas
Se tornem mais conhecidas entre si
Quero só expressar simplesmente o meu amor
Cheguei até a aparecer feito fera
Porém sou cordeiro novilha carneiro
Podes comparecer sem apressar
Sem acelerar o organismo,
Antecipar o destino
Podes estimular teu desejo
Tornar-te diligente,
Sem dar pressa ao ato rápido

Menina quero apreender-te de vez; BH, 0190801999; Publicado: BH, 0130602012.

Menina quero apreender-te de vez
Tomar de assalto o teu amor
Confiscar eternamente a tua paz
Prender tua alma na minha
Segurar tua mão no trovão
Compreender a tua incompreensão
Esta será a tua apreensão definitiva
Não venhas com nenhuma preocupação
Não fiques apreensiva menina malina
Tua mãe já sabe
Teu pai já vai saber
Tudo de apreensório vou apregoar
Não quero esconder nada
Até anunciar em pregão
É dela passa a ser meu
É meu passa a ser dela
Divulgar ao mundo inteiro
Proclamar na televisão
Gabar bater no peito
Para quem quiser aprender
Ficar a saber de tudo
Guardar na memória
Para nunca mais esquecer
Estudar adquirir experiência
De menina feita mulher
Não mais uma aprendiz
Não mais uma principiante
Que aprende
Não mais pessoa inexperiente
Sim rainha do aprendizado
Tempo ganho gasto
Na aprendizagem que causou
Menina vou prender teu amor
Para agora de chorar
Venhas te apaixonar

Podes vir marcar o prazo; BH, 0190801999; Publicado: 0130602012.

Podes vir marcar o prazo
Que queres combinar comigo
Acertar a tua vinda de vez
Aprazar a entrega da tua alma
Para o aprazer da minha
Quero ver agora a tua coragem
Para me causar prazer
Agradar meu ser
Contentar-te ao me contentar
Quero ver agora a tua aprazabilidade
Tua qualidade de aprazível
Teu aprazimento sem medo para mim
O consentimento para que
Passe a habitar o teu corpo
Se pensares que apraz a ideia
Que coloquei á tua apreciação
Podes apreçar para mim
Ajustar dar o teu preço avaliar
Estou disposto a pagar
Com a minha própria alma
O que de mais valor restou em mim
Saibas apreciar meus atos
Até me fales da tua avaliação
A tua opinião é muito importante
Tua análise é primordial para mim
Sejas minha apreciadora
Aprendas a me apreciar
Tenhas apreço por mim
Consideres a minha sobrevivência
A tudo que vais me causar
Sejas apreciativa meu bem
Tornes-me em teus braços dignos
Um ser apreciável considerado
Demonstres-me a tua consideração
Com valor estima satisfação

A um não mais irmão; RJ, 02101101998; Publicado: BH, 0130602012.

A um não mais irmão
O canhoto
Enfezado irado
Sai de baixo
Quando a raiva chegava
O pau quebrava
A canhota comia solta
Tocava um bom violão também
Fazia canções
Depois virou economista
Infelizmente no meu coração
Tenho poucas coisas
Para falar do esquerda
Mas é o nosso irmão
Por quem às escondidas
Sempre chorei
É o que
Quase virou Gromiko
Mudou para outro
Hoje casado
Dois varões lindos
Cheios de saúde
Inteligentes educados
Esposa maravilhosa
Merecedora de grande respeito
Diretora exemplar do lar
Colocou o marido
No caminho da responsabilidade
No caminho da paz
Do trabalho sério
Da criação dos filhos
Que têm potencial de caráter
Que herdaram do pai

Um poema para as virtudes se houver; Publicado: BH, 0190902009.

Céu azul se fosses meu
Habitasses dentro de mim
Quão grande seria sol
Se fosse o homem
Que o trocasse por meu coração
No vago do meu peito
Serias o imperador
Universo se fosse tão
Vasto quanto tu a
Minha mente do tamanho
Dum mundo do tamanho
Dum planeta pudesse ter
O dom de chamá-los de
Meus assim evadisse de
Mim a falta de sonhos
Os pesadelos vêm ventos
Brilhas brisas orvalhos serenos que
Fazem meus olhos transformarem-se
Em poços de lágrimas gosto
Porque quando choro sei que
Não é em vão pois choro pelos
Passarinhos pelas borboletas também
As andorinhas que fazem festas
Em cima de minha cabeça
Deus que realmente abençoes as
Crianças todas que as
Coloques no céu vivas que todas
Sejam arrebatadas por Tu porque
Só Tu podes hoje mudar a vida
Das que padecem sofrem as reais
Conseqüências da nossa ignorância
Nossa completa falta de sabedoria para
Dar aos pequeninos um mundo melhor

Rio de Janeiro; Publicado: BH, 012092009.

Vi
Do
Lido
O
Lindo
Mar

Opus mórbido; Publicado: BH, 060902009.

Não sei porque o amor das prostitutas
Atrai-me a lama das meretrizes
É a minha cama as doenças
Do sangue contaminado das putas
Purificam-me o submundo é o meu mundo
Os ais dos homossexuais são para mim
Os meus ais as travestis fascinam-me
São das mulheres sujas os beijos que
Mais almejo procuro são às mulheres rotas
Alteradas que mais dedico meu
Amor bizarro meu comportamento anormal
Que causa asco ao normal que abala
As estruturas denigre as imagens
Corrói os testamentos atrai a mim
Tal qual um imã as mulheres lapidadas
As lavadeiras as que nenhum homem
Gostaria de amar beijo as chagas delas
Lambo-lhes as feridas chupo-lhes o pus dos
Tumores lavo-lhes os corpos carcomidos
Com as minhas lágrimas não sei porque
Este tipo de amor se revelou em mim
Pareço um dragão de comodo só gosto
Da carne quando está podre
Não sei porque só quero o amor das
Quengas mas não atraio o das gueixas
As luxuosas raparigas japonesas essas
Desprezam-me da cabeça aos pés
O cheiro delas não passam por minhas
Narinas são limpas saudáveis sorriem
São elegantes charmosas estéticas
Tudo isso me exorciza delas todas
Essa higiene expulsa-me gosto mesmo
É do lume do fogo fátuo dos cadáveres
Das mulheres perdidas

Graças garça branca; RJ, 0230201999; Publicado: BH, 012092009.

Graças garça branca
À beira do canal de lodo
Escuro de sujo
Que a filha olha
Da janela do ônibus
Graças garça branca
Vou-me embora para o mato
Antes que o mato acabe
Acabem os bichos os insetos
Vou virar bicho
Vou virar mato
Formiga taruira tanajura
Virar passarinho também
O carro de boi já vem
Não quero perder de vista
No horizonte da mata virgem
O morro a chapada a roça
A dança da fauna da flora
Aflora minh'alma
Cheia de esperança
Grilos gafanhotos
Cadê as minhocas
Cadê as aranhas
Cadê as borboletas
Cadê as cores
Tudo fugiu de repente
O futuro acabou com tudo
Graças garça branca
Não quero o futuro 
Quero a filha a olhar o mato
Da janela duma casinha de terreiro

A morte; RJ, 080301992; Publicado: BH, 07092009.

A morte
Vem de barco
Breve ligeira
Silenciosa como o ar
Transparente clara
Acabou de chegar
Chegou aos nossos ouvidos
Molhou nossos olhos
Fechou nossas almas
Prantos choros
São linguagens cotidianas
Flores cemitérios
Funerárias papa-defuntos
A morte é o conjunto
É só solitária
É certa errada
Mete medo em todos
Não livra a cara
Não perdoa ninguém.
Chegou a vez
Não esperneia
Feche o guarda-chuva
Abotoa o paletó
Vamos nessa
Se sobe ou se desce
O elevador ninguém conhece
De lá nunca se voltou
Se é bom ou ruim
Se é bem ou mal
Só mesmo a conhecer a morte
Frente à frente
Tentar botá-la para correr

A poesia morreu; RJ, 0210301995; Publicado: BH, 07092009.

A poesia morreu
É a morte do poema
Da ode dos sonetos
Morreu a literatura
Os contos os romances clássicos
Enterraram escurinho era um escuro direitinho
Agora está com essa mania de brigão
Parece praga de madrinha ou macumba 
De alguma escurinha que ele fez ingratidão
Saiu de cana ainda não faz uma semana
Já a mulher do Zé Pretinho carregou 
Botou abaixo o tabuleiro da baiana
Porque pediu fiado e ela não fiou
Já foi no Morro da Formiga procurar intriga
Já foi no Morro do Macaco e já bateu num bamba
Já foi no Morro dos Cabritos provocar conflitos
Já no foi no Morro do Pinto acabar com o samba os livros
As fábulas as parábolas
Onde estão os hinos
As histórias os salmos
Os cânticos as cantatas?
Ninguém ler mais
É a fobia aos livros imortais
Aos grandes autores
Aos escritores clássicos
Que nostalgia me dão
Que saudades tenho
Se fosse Jesus Cristo
Ressuscitaria a poesia
Que não pode acabar
Não pode ser enterrada
Temos que voltar à origem
Salvar o que resta ainda
Da destruição geral
Valei-me meu são Rimbaud
Volta enquanto é tempo
Ninguém quer mais saber do saber
É só apertar botões de teclas
Lá se vai a criatividade
Cérebros enferrujados
Baniram a inspiração
Todos estamos cegos
Perdemos a visão

A obra-prima; BH, 080702006; Publicado: BH, 012092009.

Nunca escrevi uma obra-prima
Pudera como iria escrever
Uma obra-prima sem saber escrever?
Agora uma coisa sei toda obra
Que deixei para ser prima ou não
É maior do que sou ninguém é maior do
Que a obra ninguém é maior do que a poesia
Pois mais velho do que o que é mais velho
Os homens vão as obras ficam é por isso que
Invejo quem não pensa é por isso que
Tenho orgulho do ignorante do indiferente
Com mente corpo fechados não precisam
Sofrer para criar não precisam chorar para
Parir para eles o sim o não é uma coisa
Só o tudo o nada se confundem o
Aquém o além não representam nada mais
Do que representam para quem pensa
Para quem grita ais ao dar à luz para quem
Atingir a luminosidade a clarividência ou o
Entendimento é mais importante do que viver
A vida não é só a vida procurar viver
Várias vidas num único tempo o tempo
Por mais que seja tempo será sempre
Pequeno para quem leva uma vida ávida
De vida quem quer escrever para a posteridade
Chegar à eternidade pela obra tem que
Ser renegado maldito ser aquele em
Que não se espera nada dele um sem função
Perdido fora da razão ser o que menos fala
Ou emite opinião não recebe flores em vida
Nem parabéns no dia do aniversário
Ser aquele ordinário que toda mulher quer
Distância dele viver para a imortalidade
É assim culto à cultura culto à sabedoria à vida
À verdade extrema culto ao pensamento à alma
À toda fenomenologia do espírito

Acróstico nº3; Publicado: BH, 080902009.




Longe está a tua cabeça iluminada
Único lugar puro que conheço agora
Cada vez mais padeço embora ao
Andar nas trevas da noite eterna
Sê tu a luz que me retorna
Ignoro o que se passa por ti ao
Ver a tua nudez silenciosa
A luz do teu olhar turva
No ato a visão oposta
Onde a ignorância alheia não entende
Virtude semelhante encontrada
Íntima alma encantada
Tudo quero entregar ao teu espírito ao
Chorar a dor que sentes
Herói sem guerra vilão sem crime
Faço votos que a razão
Um dia habite a tua lucidez
Raro momento de ternura transe
Talento perfeito de nobreza bruta
Antes  pudesse sofrer no teu lugar
Deposto pai de pecado erro
Ostentar nos ombros o teu desespero
Mutilei teu intelecto sem saber
Ergui teu sepulcro mental
Desde o dia em que te vi  nascer
Inclui entre os deuses o teu nome
No Olimpo registrei o testamento:
A brancura do teu rosto no azul do firmamento

Amigo duma vez por todas; BH, 0260602006; Publicado: BH, 090902009.

Amigo duma vez por todas
Acabes com a hipocrisia da mesquinharia
Seres mesquinho apologista da mesquinhez
Acaba com a harmonia põe fim à nossa
Irmandade afugenta a sabedoria
Não quero falar mal nem
Gosto de falar mal do semelhante
Mas na ignorância és um gigante
Na burrice um elefante não vás
Mais avante nem dês passos adiante pois
O abismo está debaixo de teus pés falta-te
A verdade desconheces a coragem
Não procuras viver noutro caminho
Longe da ingratidão da mágoa
Coisas pequenas demais ocupam teu cérebro
Causos insignificantes demais fazem parte
Do teu cotidiano falta-te reciprocidade
Educação afinidade humana pois
À tua alma humana falta raça ao
Teu espírito humano falta o ser então
Veja irmão o que será de ti que
Não ofereces nada nada tens para
Oferecer nem para servir? não sabes ser
Cortês nem gentil tens medo de
Existir encavernas nas tuas
Cavernas dentro de ti nem Platão
O tira mais daí verdadeiro troglodita
Não te impressionas com a cultura
Desprezas a inteligência a sabedoria
Segues com indiferença aos princípios
Não preservas dignidade nem honra
Na memória só guardas quem fica a dever-te
Esqueces a quem deves cobras antes de pagares
Já cansei de falar que todo bom cobrador
É mau pagador? digas “ sou cheio de
Defeitos envergonho-me deles arrependo-me
Deles espero não repeti-los jamais”

Bush é o nosso exportador de royalties de guerra; BH, 0170602006; Publicado: BH, 0110902009.

Bush é o nosso exportador de royalties de guerra
É ao que pagamos as importâncias cobradas 
Pois é o proprietário de toda patente do produto 
Bélico americano todo processo de produção
Marca etc é o autor da obra para permitir o uso
A comercialização de tudo que causará o
Ranger de dentes daqueles que forem contra
Seus intentos Bush é o nosso inimigo
Gosta de criar em nós seres humano
A humanidade a raça humana tudo o
Que possa produzir ruído áspero como o
Dum atrito dum objeto sobre o outro
Só dorme com o chiar o lamento
Das crianças depois dos bombardeios há
Ainda quem o aplauda não sou Bush 
Não consegue abster-se de sangue nem
Privar-se do alimento das carnes dos cadáveres
Despedaçados se ainda bebesse álcool ou
Fumasse tabaco conseguisse conter-se
Refrear-se nos seus mórbidos princípios de
Assassino o mundo seria outro não tão
Errado o quanto é Bush só sabe fazer a
Apologia à guerra procura sempre um só
Discurso para justificar defender ou louvar
A guerra nunca faz louvor à paz ou um
Só elogio à liberdade a não ser a dele
Sempre gosta de ver a humanidade bem
Atemorizada só existe quando alguém
Sente medo temor realizar-se é
Ver alguém amedrontar-se assustar-se intimidar-se
Assim é o nosso atroz Bush espantoso assombroso
Haja adjetivação para alguém que não é
Nada comovente gosta do que é doloroso
Satã perto dele é pungente enquanto ele é
Intolerável não tem decoro com o mundo
Não tem correção moral nem com ele mesmo
Perdeu a compostura nasceu sem decência
Pergunte ao tal o que é dignidade nobreza e honradez?
Para quem é detentor de todo mal que nos atormenta,
Não conserva isto em seu poder
Nem é depositário de perdão
De amor de paz

Coitado não tem pupila em lugar nenhum; BH, 06080702006; Publicado: BH, 01100902009.

Coitado não tem pupila em lugar nenhum
Nem comum não tem íris na pele nem nos poros
Coitado nasceu sem sobrancelhas com ausência
De pálpebras perdeu as pestanas os cílios
Parece uma rosa sem pétalas o coitado
O cristalino virou trevas o humor aquoso a
Retina viraram desertos de areias escaldantes
Deus sempre soube o que fez Deus sempre sabe
O que faz Deus sempre saberá o que fazer com
Ele é só ter um pouquinho de paciência
Em cada olhar nascerá um jardim
Cada olho se transformará numa fonte de
Água fresca num mar sereno num universo
Azul da cor do mar com clarividência
Pois gosto de dizer tudo com todas as palavras com
Todos os nomes pronomes sobrenomes não sei
Porque as pessoas gostam de comer as palavras
Dão-nos só a metade não demonstram vontade
Nem ânimo de pensamento raciocínio não sei o
Porque dessas coisas misteriosas densas opacas
Se as pedras se movessem, se arrastassem mudassem
De formas pelos caminhos se nos planetas as rochas
Nos recebessem com boas vindas se nas viagens
Através dos tempos encontrássemos sempre toda a
Sabedoria ou a verdade quando voltássemos à
Realidade o sentimento o sentido seriam outros
A vida teria direção o destino seria diferente
Sentiríamos segurança sentiríamos confiança
Coragem nada de medo da morte a morte
Seria até vista com bons olhos coitado nunca
Teve consciência não sabe emitir opinião nem
Participação na realização dum sonho assim
Procura só pesadelos dificuldades problemas ainda
A infelicidade coitado todo dia de manhã acorda
Enche o pulmão de ar olha com esperança

Deixa fluir o que tiver de desenterrar; BH, 0110140702006; Publicado: BH, 0110902009.

Deixa fluir o que tiver de desenterrar 
Dos buracos dos meus terrenos mentais
São muitos os tesouros escondidos nas minas
Cerebrais deixa desvendar os segredos do mapa
Dar à luz às pérolas pepitas moedas de ouro
Diamantes rubis pedras preciosas milhões
Milhões de valores esquecidos pela memória
Pela lembrança pensamento insosso
Destemperado que não leva a caminho
Algum é melhor deixar no limbo para
Não atrapalhar o curso natural “ quem explora
A miséria é mais miserável do que o miserável
Que vive nela tirar do pouco que o miserável
Tem para beneficio próprio das migalhas
Do miserável sem consciência servir à mesa
O pão ao filho rico é de causar vergonha
Inveja até no demônio só quem tem
Pacto com ele é capaz de agir pior do
Que ele” deixa fluir as mágoas o
Que se pode fazer remoer por dentro
Parece bem pior só o miserável o
Mesquinho é capaz de nos tirar da nossa
Linha de fluidez juntar a ele o
Indiferente o ignorante outros que
Desprezam as coisas do pensamento temos
Que ter muito cuidado para não nos
Deixar contaminar nem impedir a
Inspiração só o contato com eles é
Suficiente para barrar a luminosidade
Aumentar a convivência nas trevas
Nos encher de obtusidade arre fora vá
De retro quero é luz não é miséria
Quero é saber compreender entender
Interpretar mesquinharia causa-me náuseas

Dirigiste-me um apóstrofe; BH, 0190801999; Publicado: BH, 0120602012.

Dirigiste-me um apóstrofe
Ao pôr apóstrofo logo que comecei a falar
A tua interpelação aos ouvintes,
Em meio à minha narrativa
Foi incisiva direta que inibiu-me
Nem terminei de falar
Falaste que ias apostrofar-me
Não perdeste tempo
Deixaste toda a plateia como
O sinal que indica elisão em supressão
Nas pronúncias dos meus vocábulos,
Baixei um apostema sobre ti
Como a perpendicular baixada
Do centro dum polígono regular
Sobre qualquer lado
Tinha que impedir a tua apoteose
Tua deificação inclusão no número das deusas
Na cerimônia entre os gregos romanos
Acabar com a cena o acontecimento
De tua grandiosa glorificação às minhas custas,
Frear teu ar apoteótico
Apesar da minha mudez
O engolimento de minha língua
O apoucar que legaste-me
Reduziu-me a pouco
Diminuiu meu tamanho
Abreviou minha assinatura
Amesquinhou meu ser
Humilhou todo o meu conjunto
Barbarizou tudo que existia em mim
Que era para oferecer-te na esperança
De melhorar o inferno eterno
Que acabaste de receber o habite-se
Para passar teus últimos dias

À uma irmã dum convento; RJ, 02101101998; Publicado: 0120602012.

À uma irmã dum convento
Salve salve querida
Bem sei que amas a todo mundo
Gostas sempre de ajudar
Querias ver a casa sempre cheia
Sentes prazer no calor
No contato humano
Peço sempre a Deus
Para abençoar-te proteger-te
Guardar-te livrar-te dos males
Com tuas caridades
Muito obrigado por tudo caridosa
Que fizeste por nós piedosa
Também por mães pais
Não os abandoneis nunca
Mesmo que sejam um peso
Mesmo que saiam caro
Não abras mão de estar
Com os mais pobres
Tal Madre Teresa de Calcutá
Tal a Irmã Dulce
Parabéns por tua carreira de sucesso
Profissionalismo inteligência
Que abandonaste
Parabéns por tudo que és
Tudo que fizeste
Fazes farás
Muito obrigado por seres a santa
Cheia de orgulho próprio
Moral elevado
Ambições de vencer na vida
Ao vir de onde vieste corajosa 
Salve salve corajosa ajuda
Sem medo covardia
A enfrentar sem temor
Os perigos do dia a dia
Tens no peito toda a coragem
Que falta aos homens
De família viva tu que 
Salva  o papa há de reconhecer

Posteriormente aos fatos; BH, 0190801999; Publicado: BH, 0120602012.

Posteriormente aos fatos,
Ou à experiência que passamos juntos
Aprendemos na apostila da vida
Que só o amor o respeito a paz
São as anotações importantes
À margem dum texto ou dum documento
A posteriori toda nota ou comentário
Em documento oficial deveria ser
Somente a respeito de texto para estudo
Baseado ou não em aula que nos faz
Enxergar o caminho da realidade
A linha geralmente mimeografada da verdade
Fortalecida firme onde
A falsidade a ilusão não
Passem nem por perto sim bem longe
Juntar a alma o espírito a mente o ser
Como o aposto substantivo ou locução
Que se junta a outro ou a outra
Como explicação ou apreciação da vida
Dos fatos das coisas dos conceitos
Princípios missões do apostolado
A apostolar o apóstolo perdido pródigo
Na reunião propagação da doutrina,
Que a Santa Ceia representa
A todas almas apostólicas da Santa Sé
Pregar ao próprio referente que procede
Dos doze discípulos de Cristo
Pertencente ao propagador da ideia
Ou da doutrina de apostolizar ou apostolar
Deixem que os mortos enterrem seus
Próprios mortos saiam do meio deles
Lanceis as redes ao mar
O milagre está para acontecer
As redes arrebentaram-se de peixes
Sou o sal da terra

A nossa aposição é infinta; BH, 0190801999; Publicado: BH, 0120602012.

A nossa aposição é infinita
Como o ato e o efeito de apor
Igual ao emprego do substantivo ou 
Locução substantiva como aposto
Vou-me apossar de ti a toda hora
Dar posse ao meu coração no teu peito
Tomar posse do teu coração no meu peito
Apoderar-me de tudo que te compõe
Faço uma aposta contigo
Um pacto entre nossas pessoas
Mesmo com nossas opiniões diversas
Se não te fizer previamente feliz
Como o combinado te dou o direito
De não me querer mais por perto
Sou um apostador não perco nunca
É assim que quero apostar
Arriscar a nossa felicidade
Asseverar perante todos a disputa,
Que te amo tenho condições
De competir com outros o direito,
De estar convencido da vitória
Empenhar minh'alma com a tua
Desfrutar os louros comer as batatas
Deixar as cascas aos perdedores
Não mais serei um apóstata referente a ti
Nem vou mais apostatar
Cometer apostasia abandono ou renuncia
Às tuas crença doutrina opinião
Formar um amor sadio
Que não seja um apostema
Que não venha corromper nossas vidas
Supurar nossos abscessos expelir o pus
Apostemar mais transformar em pus
Toda a sanidade que exala
Do ser que se priva de si
A gerar vida noutro

terça-feira, 29 de maio de 2018

A um irmão humano; RJ, 02101101998; Publicado: BH, 01201101998.

A um irmão humano
Meu rei cadê tu
Sumiste desapareceste?
Médico vereador
Irmão forte
Tarzan protetor
Compravas toda briga
Que eu arranjava
Que não aguentava decidir
Toda vez que apanhava na rua
Chamava meu rei
Que deu um nó cego
No Sputinik
Que ficou no meio da rua
A gritar feito louco
Pois não conseguia se desvencilhar
Da própria perna atrás do pescoço
Situação constrangedora
Que meu rei o deixou
Por muito custo é que 
Conseguiu se livrar
Hoje é um grande homem
Pai de quatro filhos
Todos encaminhados
Com futuros brilhantes
Espero revê-lo breve
Matar a saudade,
Que sinto no peito
Pedir a ti
Que olhes sempre
Pelo pai pela mãe
Coisas que
Não consigo fazer

À uma outra irmã humana; RJ, 02101101998; Publicado: BH, 0120602012.

À uma outra irmã humana
Carinhosamente chamada
A primeira pessoa
Que se preocupou
Em me ensinar a ler
Até hoje me lembro
As primeiras frases
Que aprendi
A ler numa Bíblia
"Por que Deus amou o mundo
De tal maneira,
Que deu o seu Filho unigênito,
Para que todo aquele
Que Nele crer,
Não pereça,
Mas tenha a vida eterna:
João 3:16"
Nunca me esquecerei
Graças à tua humanidade
Muito incompreendida
Às vezes criticada
Mas que deu exemplo
De mulher firme dedicada
Ao ficar viúva jovem
Com quatro filhos menores
Nenhum se desviou
Dos ensinamentos deixados
Pelo falecido marido
Muito obrigado por tudo
Espero um dia poder
Apesar de já seres feliz
Trazer mais um pouco de felicidade a ti
Nestas palavrinhas piegas

Ao outro irmão; RJ, 02201201997; Publicado: BH, 0120602012.

Ao outro irmão
Simplesmente
Que na lembrança trago
A fazer no quintal
Arapuca para passarinhos
Que chorava sem parar
Pois haviam quebrado a minha
Fazias-me pular no rio
No lugar mais raso
Que para mim,
Parecia ser o mais fundo
Deixava-me afogar de brincadeira
Pois sabia que
Morria de medo de afogar-me
Não sabia nadar
Dava-me cascudos
Quando chamava-te de marreta
Ou de namorado da Zily
Hoje és doutor
Vives a vida que queres
Com a família que criaste
O perfeito conforto
De bom gosto saber
Cultura educação
Trabalhas sem parar
Para não deixares faltar
Tudo que projetaste
Para um futuro bem estruturado
És de todos o mais amado
Foste o mais bem preparado
Para enfrentares a vida
Com todas incongruências
Que o destino oferece
Que falta faz tua presença
No nosso meio
No nosso seio
Hoje me lembro
O quanto mamãe lembrava de ti
Nas orações que fazia
Penso que Deus a ouviu