domingo, 13 de maio de 2018

Poeta escroto, RJ, 1980; Publicado: BH, 0290202012.

Olho para o ar a tentar buscar
A tentar encontrar
Um tema qualquer
Que possa me inspirar
Estou sem ideias
Estou sem cabeça
Estou sem pensamentos;
Olho para o céu
Através do espaço
Não vejo o nó do laço
Da minha criatividade
Não desato o nó cego
Que existe dentro de mim
Ai me sinto amarrado
Um nó górdio
Bem dentro dos miolos
A massa cinzenta endureceu
Nada funciona
Dentro do meu cérebro
Olho para as coisas
Para a natureza
Para as crianças
Olho para as mulheres
Nem mesmo assim
Encontro solução
Encontro noção
Encontro razão
Encontro inspiração
Nas coisa que encontro
Tudo que encontro
Não vai de encontro comigo
Não me encontro
Nem encontro olhar
Meu olhar é cego
Não enxergo nada
Minhas poesias são mortas
Meus poemas são podres
Sou um poeta roto
De mau gosto
Sou um poeta escroto
Olho para o ar
O ar não é mais transparente
Não existe mais ar
Morro sufocado
Olho para o céu
O céu não é mais azul
Não existe mais céu
Morro na imundície
Que eu mesmo criei

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